domingo, 9 de agosto de 2009

Dias Contados


Escritores descrevem o fim do mundo no livro Dias Contados


Nos séculos que se passaram, eventos naturais como eclipses, erupções vulcânicas e maremotos foram encarados como sinais do fim dos tempos. Houve pânico e suicídios na passagem do ano 999 para o 1000. Mas a aurora surgiu, e então, tempos depois, uma suposta profecia, atribuída a Michel de Nostradamus, sobressaltou novamente os crédulos: De 1000 passarás, mas em 2000 não chegarás...

Entretanto o Sol nasceu no primeiro dia do ano que não chegaria.

Agora o mundo volta seus olhos para 2012, o último ano do calendário maia. Segundo alguns estudiosos, quando esse ano chegar, o planeta sofrerá transformações até então desconhecidas e uma nova era surgirá. Os alarmistas já se preparam literalmente para o fim do mundo.

Céticos e crédulos nessas transformações ganham, a partir de primeiro de agosto, mais argumentos para aguçar suas expectativas. Chega às livrarias Dias Contados – Contos sobre o fim do mundo (Andross Editora, 256 páginas, R$ 29).

A obra reúne 50 contos de novos autores, selecionados criteriosamente, incluindo o autor Paulo Cilas (MIP); e também de uma escritora de histórias fantásticas, exclusivamente convidada para encabeçar a obra e dar boas-vindas aos estreantes: Helena Gomes, autora da saga A Caverna de Cristais (Idea Editora).

A organização é dos escritores Ricardo Delfin e Danny Marks, que analisaram pouco mais de 300 contos durante oito meses para chegar aos 50 selecionados. Há escritores de vários estados brasileiros e também um da Argentina.

sexta-feira, 10 de abril de 2009


Palavras Veladas
Organizador: Carlos Francisco de Morais

Essa é uma antologia de poemas que trará textos de 50 autores diferentes. O integrante do MIP, Paulo Cilas, é um desses autores. Novamente o MIP mostra seu trabalho. Também estará presente no livro, um poema da nossa amiga Juliana Gervason.

Sinopse:Este novo lançamento da Andross, em sua série de coletâneas de novos autores, foi organizado com base no seguinte critério: registrar a atualização do mais velho propósito da poesia, que é dizer tudo (o amor, a morte, a esperança, a revolta, a sensualidade...) usando apenas e tão somente as palavras certas. Só as palavras certas têm lugar na verdadeira poesia, pois a página em branco aceita todas... mas só ama as que realmente dizem.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

I’m Just Lost

I'm like a bird in a cage,
And I can't sing, not anymore.
I want to go back to my own place,
My natural place.

I can't go back.
But I want to.
Because here I'm lost.
Forgive me, I can't be with you anymore.

This is a scary place.
I don't like it.
Just watch me.
I'm tired of playing the games that I can never win.

Help me.
Only you can do this.
But I think it’s too late now.
I have no way to go.

This is a farewell.
So, I have to say good bye.


Paulo Cilas.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Rosa Venenosa

Tu, flor bela
Que enlaça nossos corações.

Tu, flor doce
Que nos seduz com seu perfume.

Tu, flor louca
Que nos perfura com seus espinhos.

Tu, flor vil
Que nos mata com seu veneno.

Tu, flor apaixonante
Sem a qual não conseguimos viver.

Tu és a flor
Que me dá essa dor;
A dor do amor.


Paulo Cilas.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Uma Mulher Quase Imperfeita

Branca, aliás, vermelha, as espinhas sempre esconderam a verdadeira cor do rosto de Solange, agora moça. Desde os doze anos Solange não sabe o que é ser feliz, ela aprendeu muito com a vida, vida dura, vida injusta. Não existia pessoa mais azarada que Sol, assim que seus amigos a chamam; espere Solange não tem amigos, nunca os teve.
Moça tímida, cabelos dourados e crespos, não se sabe a cor de seus olhos, a menina-moça vive de cabeça baixa e olhos espremidos. Órfã, Solange vive com os avós, seu avô um bêbado insuportável e sua avó doente. Sol estava na idade de trabalhar, mas nunca havia conseguido um emprego, quem daria emprego para alguém assim? Assim como? Magra, fraca, pequena, triste.
Solange era uma pessoa muito rancorosa e infantil, talvez por isso ninguém gostasse dela, sempre menina. Sol não era uma daquelas pessoas tristes dignas de pena, era mesmo chata.
Garota que nunca tinha tido um amor, sonhava com romances e fazia novelas em sua cabeça. Difícil mesmo foi a escola, todos em sua classe lhe tiravam sarro da cara, Sol estudou em nove escolas diferentes, triste não? Mas nem isso fazia Solange ser uma pessoa melhor, nunca amadurecia.
Solange certa vez andava pela praça, quando tropeçou e caiu, na mesma hora uma mulher lhe ofereceu ajuda e ela brigou com a mulher dizendo que não era incapaz de se levantar sozinha. Alguns metros a frente tornou tropeçar e cair, quebrando uma de suas pernas, tornando-se incapaz de se levantar sozinha, pura ironia do destino. A mulher que havia lhe oferecido ajuda anteriormente lhe ofereceu ajuda novamente, agora com tom de ironia. Solange deu o braço a torcer, aceitou a ajuda da mulher e foi levada para um hospital, onde teve que engessar a perna.
Passaram-se alguns dias e enfim chegou a hora de Sol ir ao hospital para tirar o gesso, já estava tudo pronto, Solange pegou o pé do sapato direito, calçou e colocou o pé esquerdo na bolsa, iria precisar dele após tirar o gesso.
No hospital estava uma confusão imensa, havia acontecido uma batida com dez carros a poucos metros dali. Os médicos estavam loucos, chegavam feridos por todos os lados. Foi neste momento que Solange olhou para o lado e viu um garotinho deitado em uma maca, segurando firme nas mãos de sua mãe, ele pedia para que ela não o deixasse morrer; a mulher estava em prantos. O menino fazia promessas a sua mãe, dizia que ia ser um menino bonzinho; a mãe parecia estar morrendo no lugar do filho.
Em anos, a cena do menino pedindo por sua vida foi a primeira coisa que tocou o coração de Solange. Recuperada do choque, ela pensou em encarar a vida de outro jeito, a olharia com bons olhos, olhos verdes que agora apareciam no rosto de Sol.
O tempo foi se passando e a menina-moça foi se tornando mulher, amadurecendo, seu corpo tornava-se de mulher, as espinhas foram desaparecendo. Quem diria que uma cena mudaria por completo a vida de Sol?
A beleza aos poucos foi encontrando seu lugar no rosto e no corpo de Solange, que conseguira um emprego e pôde pagar tratamentos de saúde para sua avó e internar seu avô em uma clinica de desintoxicação. Ela não era mais criança, era Solange, agora mulher.


Paulo Cilas.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Sentimento

Tristeza. Só o que tenho. Prendem-me a essa vida. Nada o que fazer. Sem paz e sem amor. Pareço cair em um abismo sem fim, não há fundo. É impossível estatelar-se e morrer, para poder libertar-se dessa vida. Não há início, meio e fim; só existe o tempo, que me consome.
Sempre que passo ela está lá, não me olha. Eu a vejo, ela sorri. É perfeita. Me faz sentir dores nesse meu coração hemorrágico. A vida paralisa os meus passos. O tempo é ordinário, ele me destrói. Cada segundo que vivo na tristeza é um a menos na felicidade. Mas ela não liga. Fica sempre lá, com um sorriso estampado no rosto. A amo.
Pergunto-me para quem ela sorri, deve ser feliz. Deve ter um namorado. Homem de sorte. No modo que a vida me prendeu à tristeza, também a prendeu à felicidade. Os sentimentos não oscilam. Só o cabelo voa. O tempo pára. Queria acreditar que o tempo não existe, mas ele me destrói.
Fui até lá, sorri, ela chorou. Os sentimentos enfim apareceram. Aprendemos a viver, completamo-nos. Saímos dali, podíamos sentir. O homem é vazio sem os sentimentos. Passeamos. Rimos, choramos, nos alegramos. Precisávamos um do outro. O mundo é uma charada. Ter só felicidade na verdade é uma tristeza. Tudo precisa mudar. E nós mudamos. Vivemos e sentimos.


Paulo Cilas.
Amante

Papai, o que é isto?
É o amor que irrompeu nossos
corações.

Mamãe, o que é aquilo?
É a paixão que mora nos corações dos
enamorados.

Vovó o que é isso?
É o mundo que nos faz amar.

E agora, você me pergunta o que é isso.
E eu digo que é a vida,
É o amor que me faz viver,
É a vida que me faz amar.


Marcos Felipe.

sábado, 22 de novembro de 2008

Numa Folha Qualquer


Fez-se o esboço,
Foi num papel meio amassado;
Saiu com tom de rabisco.

Aquilo não me parecia plausível,
Mas não se sabia como estruturar.
Faltava-lhe inspiração.

Mas podia senti-lo.
O ardor era forte no peito.
Aquilo trazia a serenidade.

Com tracejados fortes
Não se pôde fazer muito,
Desenhou apenas uma palavra.

Num breve espaço da folha
Podia-se vê-lo com letra ininteligível.
Era um pouco estranho,
E as linhas lhe faltavam.

Ele retratava o AMOR.


Paulo Cilas
Meu coração vai sentir o inesquecível

Não nasci poeta,
Mas nasci amando.
Não nasci mulher,
mas nasci sonhando.

Tua presença em cada dia
contamina,
tornando em mim,
força e alegria.

Apaixonando-te.
Sonhando-te.
Amando-te.

Vim ao mundo para algo especial,
te amar é o essencial.

Tenho lapso de tristeza,
quando conto as estrelas
e me falta a certeza
que vc do outro lado,
pensa solitário
em algo a não ser eu!

Por favor não deixe
que minha vida ordinária,
termine assim tão solítária
sem o teu amor.
Deixe-me te amar
até o último cair da noite,
para sonhar.
E ter novamente em meus braços,
teus olhares acanhados
para que eu possa mais uma vez,
acordar e ver a vida
alegre outra vez.

Assim eu posso morrer
a morte mais feliz de todas,
pois tive em minha vida
a paixão mais repentina
e a mais linda de se ver!

Isadora Brasil

domingo, 19 de outubro de 2008


O Trio MIP, neste ano, também participou de um Sarau Literário. O Tema da apresentação foi "Ainda encontro a fórmula do amor..."
As Apresentações contaram com a participação de dezenas de pessoas e o Trio MIP fez parte de duas apresentações.
Na foto, está o Trio MIP e no lado direito se encontra Pedro Paulo e no centro a nossa amiga Julia Boechat.
Nesse momento (foto) fazíamos um duelo de poemas.

O MIP vai lançar também o “Trio MIP Produções”, que nada mais é do que uma extensão do MIP para outras áreas. Agora também fazemos filmes de curta metragem, produzimos alguns eventos, e filmamos outros. O Trio, que já estava na escrita e na imagem desenhada, agora também produzirá fotografias e filmes, tudo sob o selo do “Trio MIP Produções”.

Isadora Brasil, integrante do Trio MIP, ilustrou um livro "O Enigma do Museu Mariano Procópio", que foi publicado em maio de 2007. O Livro é muito bom, e a autora é nossa amiga Glaucia Lewicki. Confira a sinopse do livro a seguir:

Enquanto a mãe trabalha na revitalização do Museu Mariano Procópio, quatro irmãos recebem das musas gregas uma missão: localizar um poderoso objeto - oculto no local sob forma de enigmas - cobiçado há séculos pela maligna Confraria das Sombras. Ao seguir suas aventuras, os leitores conhecerão personagens e objetos históricos, mergulharão na mitologia grega e em acontecimentos marcantes da América Latina - especialmente do Brasil - sendo apresentados, de forma cativante, a um dos mais importantes museus brasileiros.

sábado, 17 de novembro de 2007

Vida Seca

A vida de Sophia se resumia ao nada. Era uma reles digitadora de textos, de um jornal pouco famoso da pequena cidade onde vivia. O amor nunca irrompeu em seu coração. Ouvira de uma amiga, que o amor era como um ataque do coração, quando a pessoa fica no ar por uns momentos.
Certa vez, quando andava por um parque, Sophia trocou olhares com um moço, que fez o favor de se apaixonar por ela. Depois de tempos passando pelo mesmo lugar para ver o amante, ela o conhece, eles namoram, casam. Mas ela não o ama de verdade.
Sophia se considerava pior que o cheiro de lixo, que ao menos ama os urubus que atrai. Ela não amava ninguém, nem nada. Era totalmente infeliz, extremamente fria, eternamente seca.
Cansada de fingir amor por seu marido, Sophia foge, a vida a impulsiona para outro lugar, em busca do ardente amor que causa calafrios na alma, amor que nunca sentiu.
Sophia andava aleatoriamente deixando que o vento a guiasse. Seus cabelos voavam em direção ao desconhecido, a levavam para um mundo esquecido por todos. Ela procura pelas razões da vida, mas não encontra. Sua vida era como um barco furado, que só tende a afundar.
Olhando ao redor, ela encontra seu marido, que a espreitava com olhar estranho. Fica então feliz por ele ter ido a sua procura. Por um momento Sophia sente um frio na espinha e um aperto no coração, pensa que amou o seu marido. Mas não era nada daquilo, o moço ficou com raiva por ela ter fugido e lhe deu um tiro no coração. Sophia cai morta, sem nunca ter encontrado um amor.



Paulo Cilas.

sábado, 10 de novembro de 2007

Vita, Vita, Vita mia!

Era noite do domingo, ele já estava se preparando para dormir e já estava de pijama. E quando se pusera na cama ouvira um barulho estranho. Parecia vir do andar de baixo. Era um barulho de dar calafrios. Às vezes fora à chuva com seus trovões ou então o vizinho estava preparando a ceia.
Ignorou. Como todos fazem: ignoram, ignoram a vida, ignoram o amor, ignoram a existência. Mas quando uma coisa nos chama mais de uma vez, quando ela se faz chamativa, nós não mais a ignoramos; prestamos atenção. Como o amor que nunca se dá à primeira vista ou como o entendimento não se dá na primeira explicação. E o barulho retornara. Era estridente, como um cantar de um grilo, mas grave como as tubas em um quarteto de metais.
Mas às vezes as coisas novas nos dão aversão ou medo. E nesse caso o último predominava. Era como um gato olhando ao alto e vendo um cão raivoso ou quando você está próximo da morte. Mas o barulho insistente soava mais uma vez, como o amor chama um amante. E ele fora, descera aos poucos. Aos poucos ia descendo, descia as escadas mas o medo o puxava para o andar de cima. Mas a curiosidade o puxava para baixo. Um pouco de coragem fazia com que ele carregasse um pedaço de tronco nas mãos. Era de madeira de carvalho que tinha achado em uma de suas caminhadas para o nada. E o medo subia a sua cabeça.
As luzes estavam acesas. Na verdade aquela luz parecia não vir das lâmpadas que lá havia. Era uma luz forte, fluorescente. Mas não podia parar de pensar o quão indiscreto seria aquele suposto ladrão. E o barulho atraente o chamara de novo. Passou pela sua cabeça o fato de estar louco. Na verdade não era a primeira vez que pensara nisso, já que falava muitas vezes sozinho. Mas...
O que seria aquilo?
E agora podia ouvir uma voz, mas não podia distingui-la. Era doido, não podia ser outra coisa. Contara até dez como seu médico recomendara. Acalme-se. Continuava a falar sozinho.
Correra pro lugar de onde saíra o barulho. Não podia estar doido, não podia estar vendo coisas.
A luz era muito forte. Tudo estava muito exagerado…
…até a beleza da mulher que o esperava na cozinha.
Seus olhos eram profundos, cabelos castanhos – um pouco claros –, um rosto delicado e algo havia por dentro daquele ser que parecia uma deusa.
Estava te esperando, ela sussurrava numa voz e delicada e com um agudo meio que impostado. Era como um imã para os seus ouvidos e ele desejava ouvir aquela leve voz cantando canções de ninar.
E você?, ele numa voz meio que trêmula.
Sempre fui eu, sempre serei eu. Serei o amor, a paixão e a vida. Serei sua ternura, seu carinho. Seremos um só. Sempre fui quem você esperou.
Isso porque a vida nos reserva segredos, e grandes surpresas que ficarão nos nossos egos. Eternamente.


Marcos Felipe